Alguns aspectos memorialísticos da vida de Sílvio Vichi

Foi amparense nascido em 25 de julho de 1903. Pertenceu a uma família de origem italiana com pais nascidos em Lucca, de nomes José e Thereza, que possivelmente vieram a se conhecer em Amparo ao redor do final do século XIX. Teve infância difícil em que quase tudo faltava em casa. Encontrou nos estudos possíveis para a época um apoio e uma solução. Cursou o Grupo Escolar “Luís Leite”, participou e formou-se em 1919 na primeira turma de graduandos da Escola Profissional “João Belarmino”.

Manteve-se na instituição de sua graduação e foi convocado a atender outras instituições como as novas escolas de Sorocaba e Mococa. Em Sorocaba, casualmente deparou-se com o cipó. Esse vegetal oferece, quando decepado, desenhos maravilhosos, por ele nunca imaginados. De volta, mostrou peças marchetadas ao seu amigo dr. Paulino Recch, médico, botânico e orquidófilo, grande amigo da natureza. Juntos, ambos disseminaram o uso decorativo da espécie.

Participou da Revolução de 1932. Foi preso e voltou indômito a lutar pela causa paulista, e essa terminada, voltou às funções de professor do Liceu. Casou em 1º de abril com Iracema Leite Vichi, com quem viveu por 51 anos, união de que resultaram os filhos Mirla, morta em com menos de um ano de vida, Fábio e Ivani.

Muito, como outros, trabalhou por Amparo, cidade em que nunca conseguiu viver como um ausente emocional. Administrou a construção do mobiliário da atual catedral de Amparo, dirigiu a reforma dos móveis confeccionados para a recepção ao imperador Pedro II, em setembro de 1878.

Aposentou-se no ano de 1950 e passou pouco ter o que fazer. Guindaram-no ao cargo de juiz de paz de Amparo, cargo que desempenhou por mais de dez anos. Agudamente adoeceu em início de 1980, motivado por uma queda que afetou seu sistema nervoso. Foi transferido e internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto; foi submetido a uma cirurgia de próstata da qual não superou. Faleceu em 30 de março de 1985.